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GOOSENECKS

GOOSENECKS

 

 

 

Apesar do nome estranho, se você já viu alguma foto ou mesmo na TV de políticos na Assembléia Legislativa ou no Congresso Nacional, você provavelmente já viu um microfone gooseneck. O nome vem do inglês goose = ganso, neck = pescoço. Microfone pescoço de ganso. Sua característica é possuir uma longa haste flexível (o gooseneck), com a pequena cápsula de captação na ponta. Essa haste pode ser manejada pela pessoa de forma a posicioná-la da melhor maneira possível em direção à sua boca.

É um tipo de microfone específico para serem colocados em cima de superfícies (mesas, púlpitos), com alguns modelos possuindo uma base e outros próprios para serem fixados na própria madeira do púlpito. Não veremos esse tipo de microfone sendo utilizado para em corais ou instrumentos, por exemplo.

Se no lapela existe quase um monopólio do Le Son ML-70, no caso dos goosenecks existem vários modelos e fabricantes. TSI, Le Son, Yoga, SuperLux, todos eles tem pelo menos um na sua linha, isso sem falar nos grandes nomes (e preços caros). O que eu falo abaixo, só vale para os TSI MMF-102, 202 ou 302, e não para os outros. São os que eu conheço, já testei e confio, podendo recomendar.

São microfones condensadores (cápsula pequena, precisam de energia - pilha), com padrão de captação cardióide (captam todos os sons em 180º na horizontal e 180º na vertical). Sensibilidade alta, -38dB, e boa resposta de frequência, também com uma preponderância nos graves, como o lapela. O preço é bem mais salgado: varia de 130,00 (modelo 102), 170,00 (modelo 202) a 220,00 (modelo 302). Possuem garantia de 6 meses.

Vantagens
A grande vantagem deste tipo de microfone, em relação ao lapela, é o seu padrão de captação, que agora é cardióide. Ele capta os sons vindos de uma única direção, e isso os torna muito menos propensos a microfonias que os lapelas. Não que eles sejam imunes a esse tipo de problema, mas é bem mais fácil regular um gooseneck que um lapela.

Apesar de existir toda a haste e a cápsula ser maior que o lapela, ainda assim possibilitam uma boa visão do pregador. Por terem alta sensibilidade, permite ser utilizado a vários centímetros da fonte sonora, dando ampla liberdade de movimentação ao pregador. Aliás, com um único microfone deste, situado bem no meio do púlpito, consegue-se captar o som do pregador mesmo quando ele vira o rosto para as laterais e se movimente um pouco. Atende bem um púlpito de 1 a 1,5 metro. Evidente que, se o pregador tem o costume de se movimentar por todo o altar (ou palco), o gooseneck não é indicado.

A construção desse tipo de microfone também é muito mais robusta. A base é de um plástico resistente, com um peso de chumbo por dentro, e a haste é metálica. Como o manuseio é feito apenas pela haste, é difícil haver problemas. Pode ser abaixado, para quando o usuário está de joelhos, sem problema algum. Inclusive, a movimentação da haste não gera ruído algum no microfone (o que usamos na minha igreja só começou a dar barulho de movimentação após 3 anos de uso, e foi só passar lubrificante - parafina - para resolver). A cápsula é bem robusta. É microfone para anos.

O uso certo de qualquer microfone exige que o mesmo seja apontado em direção à fonte sonora (boca). Mas é comum a pessoa errar, não direcionando o microfone da forma correta, ou deixando mais alto ou mais baixo. No caso de um lapela, isso faz muita diferença. No caso do gooseneck, a diferença não é tão grande. Pequenos erros de posicionamento são facilmente acertados com ajuste no volume.

Forma de utilização
É colocar um no meio do púlpito, ensinar aos pregadores a abaixar e levantar o microfone pela haste quando estiverem de joelhos, a ligá-lo e desligá-lo e pronto. Quando de joelhos, as pessoas devem orar de cabeça levantada, apontada para o microfone (que deverá estará inclinado para baixo). Quando em pé, as pessoas devem apontá-lo para a boca, acertando a posição da cápsula para a altura correspondente de cada um. Se o seu pastor for muito alto, o modelo 202 tem 5cm de haste a mais que o 302. Se for muito alto mesmo, existe o modelo 303, com uma haste de 60 cm, mais que suficiente.

Apesar de sua alta sensibilidade permitir captar o som a uma distância relativamente grande (já testei em alguns casos a até 80 centímetros da fonte, com boa captação) quanto mais perto da fonte sonora (boca) melhor, pois teremos que usar menos volume, com um risco menor de microfonias. De 10 a 20 centímetros é uma boa distância.

Na base, há o compartimento para duas pilhas AA, mas também funciona com Phanton Power (há uma chave de seleção). Se a pilha do lapela durava meses, no gooseneck costuma durar não mais que um mês. É necessário estar atento para não esquecer ele ligado de um dia para o outro.

Os TSI modelos 202 e 302 contam com uma luz vermelha junto da cápsula que acende quando o microfone está ligado. No começo se acha um pouco estranho e feio, mas alguns dias depois ninguém se lembra que ela existe (e até sentem falta). Na prática, essa luz serve para indicar tanto para o pregador quanto ao operador de som que o microfone está ligado e operando, e ajuda a evitar que se esqueça o microfone ligado após o culto. O operador pode ver quando o pregador esqueceu de ligar o microfone e pode tomar uma atitude.

Desvantagens
Quase nenhuma. Mais robusto (quebra menos), mais fácil de regular (cardióide) e ainda permitir ampla liberdade do pregador, esse microfone quase não tem defeitos. Basicamente, o problema dele é o preço, mais caro que o lapela.

O microfone tem uma captação reforçada nos graves. Em igrejas com acústica ruim (por exemplo, teto baixo), ele ainda será complicado de trabalhar. Muito mais fácil que o lapela, mas ainda assim trabalhoso para se conseguir uma boa equalização.

Outras informações
Não ache que este microfone é a salvação para os problemas de microfonia. Ele é bem mais fácil de regular, dá menos microfonia, mas precisa ser usado certo. Dá até para usar uma caixa de som de retorno para o pregador, mas ela precisa estar exatamente "nas costas" do microfone, à 180º em relação à cápsula. 

Soube de dois microfone destes com defeito. Em ambos, era na junção haste/base, o fio rompeu logo alí. Nada que qualquer pessoa com conhecimento de solda não consiga acertar.

Os 3 modelos da TSI (102, 202 e 302) usam a mesma cápsula, mas tem preços muito diferentes. Os modelos 102/202 tem uma chave liga/desligada de membrana, um pouco difícil de fazer funcionar. O 302 tem uma chave muito mais fácil, mas é o mais caro. Os modelos 202 e 302 tem a luz vermelha em volta da cápsula.

Recomendo para as igrejas com boa acústica, que já se cansaram do lapela, cujos pregadores fiquem fixos em um lugar, não se movimentando muito. Funciona bem em qualquer mesa de som. Aliás, quem já experimentou um gooseneck não volta para o lapela jamais.

Outras marcas e modelos de gooseneck
Não são todos os modelos que prestam. O TSI MMS-100 é o modelo mais barato (100,00), mas não resolve nada. Ele tem cápsula condensadora, mas sua sensibilidade de -60dB é baixíssima, menor que um microfone dinâmico bom (-53, -56dB, em média). Isso quer dizer que o pregador terá que usar o microfone muito perto da boca, e isso acaba com a liberdade dele. Algumas igrejas que compraram esse modelo acabaram tendo que usar 2, um de cada lado do púlpito, e mesmo assim o resultado não é bom. O mesmo se aplica para os modelos TSI PA-100 e PA-300, que usam cápsulas dinâmicas.

O gooseneck da Le Son também não é bom: tem sensibilidade baixa também (-48dB). Só fica bom se houver 2, mas cada um custa o mesmo que um único MMF-202. Os goosenecks da SuperLux e Yoga não conheço, então não posso falar nada. Repito para ninguém fazer errado: gosto e recomendo os TSI das séries MMF-102, MMF-202 e MMF-302. Todos tem sensibilidade altíssima, -38dB, e um único deles, no meio do púlpito, consegue captar completamente o som do pregador.