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LAPELA

LAPELA

 

Curso de Microfones - Parte 1: os lapelas
 

Vou iniciar com o lapela uma série de artigos citando as características, vantagens e desvantagens de cada tipo de microfone para ser utilizado nas nossas igrejas. Vamos dividir os "tipos" pelos formatos propriamente ditos - lapela, mics de mão, headsets, earsets, goosenecks, etc. Para tanto, vamos usar exemplos reais de microfones disponíves no mercado.

A LeSon fabrica o microfone de lapela mais comum de ser encontrado em qualquer loja. É o LeSon ML-70, bom, bonito e barato. O microfone de lapela é muito utilizado por pregadores, no altar e/ou púlpito.

É um microfone condensador (cápsula pequena, precisa de energia - pilha), com padrão de captação ominidirecional (capta todos os sons em 360º na horizontal e 360º na vertical). Tem sensibilidade alta, -38dB, ampla resposta de frequência, bastante linear, mas com um pouco de reforço  nos graves. É acessível, custa em média R$ 50,00, e facílimo de ser encontrado em qualquer eletrônica. Possui garantia de 6 meses.

Apesar de mais raros, existem microfones de lapela padrão cardióide. São mais comuns de serem encontrados em microfones sem fio.

Vantagens
Por possuir uma cápsula pequena e leve, a grande vantagem do lapela é a discrição. É preso nas roupas, mas é tão pequeno que em nada atrapalha a movimentação do pregador e a visão do público em direção a ele. Também é bem leve, possibilitando o uso por horas sem cansar. Se for sem fio, a liberdade é excelente.

No caso do ML-70, ele é alimentado por uma pilha do tipo AA 1,5V, que costuma durar meses. Em geral, ela vai acabando aos poucos, e praticamente só se nota isso quando é necessário compensar muito o volume no canal da mesa de som.

Por ter alta sensibilidade, permite ser utilizado a vários centímetros da fonte sonora, dando ampla liberdade de movimentação ao pregador.

Forma de utilização
Apesar de sua alta sensibilidade, o lapela deve ser utilizado preso na gravata, logo abaixo do “nó”. Nessa posição, o microfone estará de 10 a 15cm da boca da pessoa, e não será preciso aumentar muito o volume, diminuindo a chance de microfonia.


Apesar do próprio nome do microfone indicar que é para ser usado na lapela do paletó, o uso neste local pode trazer alguns problemas. Um deles é o fato de que, quando a pessoa vira o rosto para o lado oposto, a captação do microfone é muito pequena, perdendo principalmente os agudos. O segundo erro é de uso: algumas pessoas erram e colocam o microfone ou muito alto ou muito baixo na lapela. Muito alto, o microfone perde a captação de agudos. Muito baixo, temos que aumentar o volume e corre-se o risco de microfonia. Assim, a melhor posição para esse microfone é logo abaixo do nó da gravata, onde se resolve os dois problemas. Os operadores precisam ensinar aos usuários a utilizar os microfones dessa forma. 

Ah, é por cima da gravata. Tem usuários que os colocam por baixo, só para ficar mais discreto ainda, mas é uma situação impossível de se conseguir uma regulagem razoável. Se o pregador da sua igreja usa assim, é necessário conversar com ele.

O cabo entre o compartimento da pilha e o microfone é pequeno, então o melhor a fazer é prender o compartimento logo abaixo do tampo superior do púlpito. Nas igrejas que visito, tenho visto diversas formas de fazer isso, mas é necessário deixar a possibilidade de se efetuar a troca da pilha quando necessário. Alguns usuários colocam o compartimento no bolso.

Desvantagens
A mais séria desvantagem deste modelo de lapela é o fato do mesmo ser ominidirecional. A sua ampla captação (em todas as direções) e sua alta sensibilidade (capta som de longe) o torna um "prato feito" para microfonias em situações de sonorização ao vivo. Mesmo que as caixas de som estejam “de costas” para o pregador, ainda assim dá muita microfonia, se o volume estiver alto. Usar um retorno para o pregador? Nem pensar. Nos modelos sem fio que são cardióides, o problema é muito minimizado, mas ainda podem acontecer se o pregador andar muito e for para próximo de uma caixa de som.

O microfone da Le Son tem uma captação reforçada nos graves, (+3dB em relação à médios e agudos), e isso aliado com a mesas de som com equalização deficiente (um exemplo: Ciclotron MXS, que também tem um reforço nos graves), acaba causando a necessidade de se tirar quase todo o grave na mesa de som, e mesmo assim o som ainda fica com muito “peso”. E é nos graves que acontecem a maioria das microfonias com este microfone. E quanto pior for a acústica da igreja, mais difícil será de conseguir uma boa regulagem, tanto em volume quanto em equalização. Ele é difícil mesmo de trabalhar, mesmo com uma mesa melhor e com equalizador.

Se por um lado a cápsula condensadora permite ao microfone ser pequeno e leve, por outro torna-os frágeis. O fio entre o compartimento da pilha e a cápsula é muito fino, e pode se romper se alguém der um puxão forte no mesmo (e não é raro alguém “esquecer” que está com o lapela e sair do púlpito carregando ele). Mesmo com todo o cuidado, as cápsulas condensadoras são frágeis e quebram. Na minha igreja, por exemplo, quando usávamos lapela, todo ano tinha que trocar de microfone de lapela, por esse motivo.

A presilha da cápsula merece cuidado também. Se quebrar, não existe substituição. Ninguém vende, então não jogue fora seus microfones de lapela quebrados. Guarde-os, para aproveitar a presilha, o windscreen, etc. em caso de necessidade.

A pilha, se por um lado dura muito, coincidentemente costuma acabar nos cultos importantes, como casamentos, ceias, vigílias. Então não se esqueça de trocá-las antes.

Outras informações
Em caso de quebra da cápsula, existe a reposição da mesma em algumas eletrônicas. Vem completa, com a cápsula, a presilha e o fio, devendo ser soldado diretamente no compartimento da pilha, já que a solda na cápsula é muito difícil. A peça custa caro, 50% do valor de um microfone novo.

É comum vermos esses microfones em estúdios de TV, em programas de entrevista. Não quer dizer que é ótimo só porque a Rede Globo utiliza. Nas entrevistas, trata-se de uma conversa entre algumas pessoas em um estúdio com tratamento acústico, e os microfones estão alí apenas para gravação da voz. Nesses casos, não há retorno de som, não há caixas de som por perto, não há microfonias e não há problemas: parece então ser o microfone perfeito. Na igreja, com acústica deficiente, com instrumentistas tocando alto, com retorno de voz para o pastor, ele não é tão perfeito assim não....

Já vi este microfone ser utilizado em gravações do coral de igrejas. Não é difícil: simplesmente coloque alguns voltados para o grupo, bem alto, usando pedestais. Abra bem o volume do canal e você ouvirá uma captação bem ampla de todo o grupo. Mas esse som não poderá ir para as caixas, apenas para a gravação, sob pena de mcrofonia.

Por ser um microfone barato, também tenho visto muitos músicos utilizando-os. Principalmente com violinos e flautas, pois o microfone é pequeno e pode ser adaptado facilmente ao instrumento. O problema é a ocorrência de vazamentos, que é quando um microfone capta sons indesejados, além da sua fonte sonora. Por exemplo, capta um violino mais uma voz ou outro instrumento que esteja situadas por perto. O problema para o operador é regular um som que sofre grande influência de outros sons, sendo muito difícil conseguir uma boa equalização.

Recomendo utilizá-lo em igrejas com boa acústica e com mesas de som de qualidade melhorpois tem qualidade melhor de equalização e se consegue obter um resultado agradável. Os sem fio cardióides são mais fáceis de trabalhar, mas ainda podem ser complicados.